quarta-feira, 23 de julho de 2014

O Oceano

Editora: Intrínseca
Páginas: 208
Nota do Skoob: 4,2
Sinopse: Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino. Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.

 Novamente julguei um livro pela capa e me lasquei, sempre que via este livro por ai pensava que tratava-se de algo meio no estilo Augusto Cury e nem me dei o trabalho de ler e sinopse, é claro que sabia que Neil Gaiman é autor de fantasia, pois escreveu Coraline e o um dos quadrinhos de mais sucesso no mundo, Sandman, mas nem me passou na cabeça que esse livro se tratava de um conto fantástico, vai entender. Até que vi uma vídeo-resenha da Tatiana Feltrin, do canal Tiny Little Things, e ela falava como a historia mexeu com ela e a fez reviver sua infância de uma forma que nenhum outro livro havia feito. É claro que fiquei muito curioso pra saber o que tinha mexido tanto com ela na historia, que acabei comprando o livro, e bem... Acabei me apaixonando pela obra de Gaiman. Já no prólogo vemos um homem com seus cinquenta e tantos anos num velório que acontecia na cidade onde passou a maior parte da infância, após esse velório ele se vê dirigindo até a rua onde morou, a casa onde vivia já havia sido demolida há alguns anos, então ele se viu indo até uma fazenda no fim da rua, onde morava a sua única amiga daquela época, chegando lá ele vai a um lago no fundo da casa que sua amiga dizia que na verdade era um oceano e na beira daquele pequeno oceano ele começa a se lembrar de uma aventura irreal que viveu quando tinha sete anos e um minerador de opala que se hospedou em sua casa se suicidou despertando uma força maligna e assustadora. Uma das coisas que eu gostei bastante nesse livro foi a forma em que Neil Gaiman pegou diversas referencias de varias outras mitologias e historias, pra montar sua própria mitologia e isso ao meu ver, fez um livro relativamente curto ter uma grande historia dentro de suas paginas. E o fato dele ser narrado em primeira pessoa com o ponto de vista ingênuo e inocente de uma criança de sete anos, contribuiu muito para a grandiosidade da historia, principalmente nas partes onde o garoto faz reflexões sobre o que ele acha e o que ele não entende do mundo adulto. Muitas pessoas que leram esse livro comentaram que ele as fez reviver um pouco da suas infâncias e eu com minha “mania de achismo”, achei que isso não iria acontecer comigo, por que eu sou relativamente novo e a maioria das pessoas que disseram isso já tinham mais de 20 anos. Novamente eu estava errado, lá estava eu com o livro na mão me lembrando também das aventuras e medos que tinha na minha infância e que foram se perdendo conforme eu ia entrando no mundo adulto. E com o decorrer da leitura percebi que o fato do protagonista da historia não ter sido nomeado (na verdade eu acho que o nome dele é George, leia a ultima linha da pag. 159 que você entendera por que acho isso) foi proposital, Neil Gaiman queria que todos os “verdadeiros leitores” se identificassem com o personagem, ele quis despertar memórias e sensações que estavam esquecidas em nossa mente. Embora seja uma historia contada de um ponto de vista infantil, não se trata de um livro pra crianças, não que as crianças não vão gostar dele, porém ele é um tanto sombrio e tem reflexões que só são perceptíveis por nós adultos. A narrativa é muito leve e fluida e eu como leitor acabei mergulhando na historia de uma forma que não notava que estava virando as paginas e quando terminei fiquei com aquele vazio inexplicável que sentimos quando terminamos de ler um livro muito bom. E agora não vejo a hora de ler mais alguma coisa do Neil Gaiman e me deliciar novamente com sua ótima escrita.
Unknown
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